A equipe do Joy preparou um roteiro especial para os fãs da Legião Urbana conhecerem a cidade. Confira:
Quando João de Santo Cristo chegou em Brasília, saindo da rodoviária, ele constatou: “Meu Deus, mas que cidade linda”. E ele estava certo! Afinal, a capital do país é um oásis de beleza na aridez do Planalto Central.
De todos os cantores que renderam homenagens à capital, nenhum ficou tão famoso quanto Renato Russo — o trovador solitário. Nascido no Rio, ele chegou em Brasília aos 13 anos e, aqui, compôs os maiores sucessos das Legião Urbana. E para os fãs de Renato e do rock nacional, nada melhor do que conhecer as paisagens candangas imortalizadas por ele, em algumas de suas músicas. Quer uma ajudinha para começar esse passeio? Vem com a gente!
Parque da Cidade — foi lá que o casal mais famoso do rock nacional marcou o primeiro encontro. A Mônica foi de moto
e o Eduardo de camelo (gíria brasiliense para bicicleta). E era também no Parque d
a Cidade, mais especificamente no estacionamento 12, que o cantor se encontrava com amigos que saiam das escolas próximas para bater um papo e cantar em meio às árvores. Quando vier à Brasília, não deixe de dar um rolê por ali.
Eixão — a via rápida que corta as duas asas do Plano Piloto foi tema da música “Travessa do Eixão”, que aparece no álbum póstumo “Uma outra estação”. A canção, que Renato adorava, era uma espécie de prece pela sobrevivência dos pedestres que arriscavam a vida para cruzar a pista:
Nossa Senhora do Cerrado, protetora dos pedestres que atravessam o Eixão às seis da tarde, fazei com que eu chegue são e salvo na casa da Noélia”.
Colina — quadra residencial reservada a professores da UnB. Vários discos de punk rock chegavam à cidade graças aos filhos de professores estrangeiros e de embaixadores. Era lá que os roqueiros se encontravam para ouvir os bolachões importados e sonhar com a fama. Renato era presença garantida nesses eventos.
Superquadra 303 Sul — foi lá que Renato passou a infância e a adolescência, junto aos pais e a irmã, Carmem. A família Manfredini vivia no Bloco B, em um apartamento funcional do Banco do Brasil. Para os fãs da Legião, esse é um passeio imperdível. E fica bem pertinho, a uns cinco minutos de carro aqui do Joy.
Ceilândia — foi lá que morreu o protagonista da música Faroeste Caboclo, assassinado por um tal de Jeremias, traficante de renome, que aparece no meio da canção. A cidade é um celeiro de novos artistas do rap, funk e hip hop. E até hoje, uma dúvida terrível que atormenta tanto os moradores quanto os visitantes da cidade é a seguinte: na Ceilândia não existe, nem nunca existiu, um endereço que seja apenas “lote 14”. Mas esse lote ficava em qual quadra, que por lá recebe nomes como QNMs, QNNs, QNPs ou QNOs. Em qual deles Renato Russo estava pensando quando escreveu a música? Até agora, ninguém chegou a uma conclusão confiável.
Espaço Cultural Renato Russo — considerado um dos mais importantes centros de formação de identidade artística do DF, o espaço sedia shows de rock, peças teatrais e mostras de arte. Localizado na 508 Sul, o prédio chama a atenção pela fachada colorida, feita por obras coletivas de grafite assinados por artistas da cidade. Renato chegou a se apresentar como ator no local, que antes abrigava uma fundação cultural.
Gilberto Salomão — era o ponto de encontro dos brasilienses na década de 80. As bandas da capital se apresentavam no extinto bar Só Cana, onde aconteceu a primeira apresentação da banda que deu origem à Legião Urbana, o Aborto Elétrico. O show histórico aconteceu em 11 de janeiro de 1980 e tinha como integrantes Renato Russo (futuro cantor da Legião), Fê Lemos (que montou o Capital Inicial) e André Pretorius.
Quem é Renato Russo
Nascido em 27 de março de 1960, Renato Manfredini Junior era um garoto que viveu dos sete aos dez anos em Nova York (EUA), por conta de uma transferência profissional de seu pai. Aos 13 anos, de volta ao Brasil, se mudou para a capital federal.
Renato estudava e levava uma vida típica dos adolescentes de classe média da cidade: morava no Plano Piloto, estudava em um colégio católico (Marista) e batia papo com os amigos embaixo do bloco (pilotis).
Por volta dos 19 anos, ele decidiu mudar de vida e adotou um novo nome: Renato Russo, em homenagem ao filósofo e compositor Jean-Jacques Rousseau e no filósofo e matemático Bertrand Russell. Ele conheceu a dupla três anos antes, quando enfrentou uma rara doença óssea, a epifisiólise, que o deixou preso à cadeira de rodas por um longo período. Como tinha muito tempo para ler, adotou esses dois filósofos como referência de vida. Também nessa época, ele começou a compor e a sonhar com uma banda. O resto é história...
Renato Russo morreu vítima da Aids em 11 de outubro de 1996. Seu corpo foi cremado e as cinzas foram jogadas no sítio Burle Marx, no Rio de Janeiro.
Commentaires